O inventário de gases de efeito estufa (GEE) é um processo sistemático de contabilização e registro das emissões de empresas, setores, municípios, estados e países. O objetivo do inventário é quantificar as emissões de gases poluentes em todas as atividades e operações das empresas, incluindo as relacionadas a fontes de energia, transporte e logística, produção de materiais e disposição de resíduos. O processo de produção de inventários de GEE segue um conjunto de padrões internacionalmente reconhecidos, como o GHG Protocol, o qual especifica as diretrizes para medir e reportar as emissões de GEE.

Ao mensurar emissões de GEE e identificar suas fontes de origem, as organizações podem visualizar as áreas de maior impacto ambiental. Desta forma, estabelecer metas para racionalizar custos, aprimorar processos, converter tecnologias e substituir insumos para reduzir impactos no meio ambiente. As informações contidas nos inventários de GEE também podem ser usadas para avaliar o desempenho ambiental das corporações e comunicar seu progresso em relação às metas de descarbonização e governança ambiental a quaisquer partes interessadas, internas ou externas.

No Brasil, o inventário de GEE não é obrigatório para todas as empresas, mas há exceções. Empresas com empreendimento sujeitos ao licenciamento ambiental federal, no caso de projetos de infraestrutura, por exemplo, devem realizar o inventário de emissões de GEE. No entanto, ações voluntárias para reduzir emissões de poluentes são reconhecidas pelo governo por meio do Programa Brasileiro GHG Protocol, que incentiva a elaboração de inventários de GEE corporativos.

Ainda não há estado no Brasil em que haja obrigatoriedade das empresas, de todos os setores produtivos, em inventariar emissões de GEE. No entanto, algumas unidades da federação (UF) lideram a iniciativa de regulamentar e incentivar a elaboração de inventários de GEE por empresas.

O governo do estado do Rio de Janeiro criou o programa de inventários de GEE para incentivar empresas e municípios a desenvolver ações localizadas de mitigação. Além do Rio, iniciativas em São Paulo e Minas Gerais promovem ações de sustentabilidade e redução de emissões de GEE, porém, sem a obrigatoriedade de inventários, por ora.

As emissões de gases de efeito estufa mais contabilizadas são as de dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄), óxido nitroso (N₂O), hidrofluorocarbonetos (HFCs), perfluorocarbonetos (PFCs) e hexafluoreto de enxofre (SF₆), pois representam a maior parte das emissões de GEE e possuem alto potencial de aquecimento global. Tais gases são internacionalmente reconhecidos como GEE, sendo regulados pelo Protocolo de Quioto.

É um conjunto de diretrizes técnicas destinadas a medir e gerenciar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de uma organização. Foi desenvolvido por uma iniciativa conjunta do World Resources Institute (WRI) e do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), com o objetivo de estabelecer um padrão internacional para a contabilidade de emissões de GEE. O GHG Protocol é a ferramenta de referência para medir e gerenciar suas emissões de GEE de empresas, governos e organizações em todo o mundo. O protocolo estabelece a metodologia de elaboração de inventários de GEE (Escopos 1,2 3), incluindo a definição de escopos e categorias de emissão, além de fornecer orientação sobre como reportar emissões de GEE de forma transparente e consistente.

Também é usado como uma base para outros programas de redução de GEE, como a da certificação de neutralidade em carbono e programas de compensação de emissões, além de ser referência na formulação da política climática internacional, como no Acordo de Paris.

Os ¨Escopos¨ 1, 2 e 3 são categorias usadas para classificar as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa (GEE) por uma corporação e sua cadeia de valor:

O Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) é um órgão científico intergovernamental estabelecido pelas Nações Unidas em 1988. Seu objetivo é fornecer informações científicas objetivas, confiáveis e atualizadas sobre as mudanças climáticas e seus impactos, bem como sobre as opções de mitigação e adaptação para enfrentar o problema.

O IPCC reúne centenas de especialistas em clima de todo o mundo, e trabalha em colaboração com governos e organizações internacionais para avaliar as evidências científicas disponíveis sobre as mudanças climáticas. Regularmente são publicados relatórios de avaliação, reconhecidos como referência científica para a comunidade internacional, governos, organizações e empresas orientarem políticas e ações de proteção climática.